
Interesse da Petrobras consolida etanol de milho frente ao de cana
06/09/2025A política de Guarapari tem revelado um cenário curioso e, de certa forma, contraditório em relação ao quadro nacional. Enquanto em Brasília o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Republicanos caminham em campos opostos, na cidade litorânea capixaba o prefeito Rodrigo Borges (Republicanos) conduz uma administração marcada pela composição ampla — e que inclui quadros petistas em cargos estratégicos.
Eleito em 2020 pelo Republicanos, partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, Borges sempre se posicionou como um político de centro-direita. No entanto, para garantir governabilidade, abriu espaço em sua gestão para aliados de diferentes siglas, entre eles o deputado estadual Zé Preto (Republicanos), além de nomes do PL, PSB e até mesmo do PT.
No campo petista, o governo municipal conta com Arivald Ribeiro médico veterinário emprestado ao município pelo governo do estado e lotado na Secretaria de Agricultura, o engenheiro ambiental Fábio Lúcio na Companhia de Desenvolvimento de Guarapari (Codeg). Na área da educação, o professor Adriano Albertino, dirigente do Sindiupes, tem sido ponte entre a secretaria e os conselhos municipais. O próprio presidente do diretório local do PT, Clebinho Brambati, que também preside a FEATES, teve apoio da administração para ganhar o PT.
Esse arranjo político cria um quadro singular: o Republicanos de Tarcísio de Freitas, que em nível nacional é adversário do PT, em Guarapari divide espaço no mesmo governo. A composição é vista como uma demonstração de pragmatismo político de Rodrigo Borges, mas também como um teste de resistência para os próximos anos.
À medida que se aproximam as eleições de 2026, ainda não há definição sobre quem o prefeito apoiará para deputado estadual. A dúvida é se a coalizão será mantida ou se parte dos aliados migrará para outros projetos políticos. Analistas locais avaliam que, para chegar a 2028 com a mesma base, Borges precisará de habilidade para equilibrar interesses diversos e evitar rupturas.
Por ora, a experiência de Guarapari mostra que, em escala municipal, alianças improváveis podem se consolidar quando o objetivo comum é a governabilidade. Resta saber se esse pacto sobrevive ao calendário eleitoral que se avizinha.